NOSSA SIM
Passou da hora dos diretores trabalharem numa maior empatia das sestras com a Helena
Já deu esse ódio gratuito que a Ali tem pela Helena e a Sarah simplesmente caga p coitada

Tipo, eu sei que melhoraram do que era no começo, mas ainda sinto que desprezam muito ela, apesar de ela ter sido uma das que mais evoluiu e deu provas de lealdade. Ela não tem culpa de como foi criada, tadinha! E, também, não é como se as outras pudessem julgar muito, porque já fizeram alguma merda também.

(Mas acho que o que mais me chateia ainda é a Sarah, porque Helena foi a que mais arriscou a vida por ela, sempre está pensando na irmã querida, mas a Sarah às vezes parece não dar a mínima e eu NÃO ENTENDO O MOTIVO!)

Gente, se não me engano, no episódio passado disseram que apenas seis meses se passaram desde o suicídio da Beth. É muito pouco tempo para eles se acostumarem com uma mulher que matou tanta gente em tão pouco tempo. Adoro a personagem, mas eles "afastados" não consigo julgar.

Mas aí que está: ela matou porque foi criada de forma totalmente tóxica (ver as cicatrizes dela neste episódio me deu uma pontada no peito, inclusive) e se tornou produto disso. Matar foi algo que ela aprendeu da mesma forma como outras crianças aprendem, sei lá, a amarrar os cadarços para não tropeçar. Os conceitos de certo e errado dela não são como os das outras, ela tem uma complexidade diferente... E, de qualquer maneira, ela não foi a única que matou, ou que seria capaz de matar nessa história—a diferença é, justamente, que as outras entendem melhor o que isso significa e porque não é a solução mais óbvia/porque não deveria ser a primeira opção.

Mas o fato mais importante, para mim, talvez seja: Depois de tudo o que a Helena fez, quantas vezes ela já não arriscou a própria vida pela Sarah? E a Sarah já errou com a Helena, convenhamos. Não acho que seria tão absurdo que ela desse uma abertura maior para a irmã, tentar compreendê-la, ajudá-la, etc.

Mas pelo que eu percebi, a Ali tinha uma relação até boa com a Helena (melhor que agora) mas mudou depois que a sestra descobriu a gravidez. Acho que tocou em um ponto fraco, porque a Kira ela só viu depois de grande, mas os gêmeos da Helena ela vai acompanhar todo o processo e sempre lembrar que nunca vai ter essa experiência.
E com relação a Sarah eu concordo, tem feito um mega pouco caso da Heleninha dona da série

Não sei, não vimos tanto da Ali quanto da Sarah com a Helena. Mas acho que ela sempre teve um pouquinho de preconceito (ou talvez cautela/medo/sei lá) com a Helena. Mas não sei, talvez seja interpretação minha... De qualquer forma, concordo que era melhor antes e que piorou ao descobrir da gravidez.

Helena no meu ponto de vista é a representatividade de força em OB, da resistência, e por incrível que pareça, é a mais humana e genuína de todas, embora a princípio ela tenha sido uma maquina mortífera antes. Um exemplo disso é o diálogo dela por telefone com Sarah neste mesmo capítulo, quando ela coloca em pauta a preocupação que ela tem sobre seus filhos que irão futuramente nascer. E não é só isso, também todas as outras coisas pela qual ela se sacrificou e derramou sangue pelas irmãs, mostram como Helena se diferencia das demais.

É fato que nós notamos uma certa incompatibilidade entre Helena, Alison e Sarah e que às vezes existe uma certa falta de preocupação mais sincera advinda da parte destas duas últimas, mas é aí que tá o "x" da questão mesmo que pareça injusto. Helena é carente de sentimentos, mas ela é ser humano independentemente disso, ela é forte, é fria quando quer e dona de suas próprias decisões. É o simbolismo, a personificação de um indivíduo de que se sacrifica sem esperar algo em troca. Helena é a que mais lutou, perdeu e sofreu e é isso que talvez a faça humana mesmo com todas suas falhas anteriores (e não é só dela que podemos falar como você disse).

Helena tá aí pra dizer que oferta sentimento mesmo quando a ingratidão reside na outra face da história, e mesmo que não seja intencional isso partindo da Sarah ou da Alison, ela tá sempre presente. Não sei se você entendeu o que eu quis explanar aqui, sempre acabo deixando as coisas mais confusas por explicar demais ou não por não saber explicar mesmo, mas também não podemos ignorar o fato de que talvez Helena não tenha sido à Helena de hoje se não fosse pela Sarah. Se notarmos mais afundo, ambas se sacrificaram uma pela à outra.

Não discordo de você quando afirma que os criadores da série precisam trabalhar mais na relação delas. No entanto, existe uma série de fatores não só intelectuais, emocionais mas ambientais que interferem nessa questão e OB pode estar trabalhando nisso.

Sim, você tem razão. Aliás, sua explicação foi ótima, MUITO obrigada mesmo!

De fato, a Sarah foi uma peça importante em fazer a Helena ir contra o que era natural para ela (no caso, seu treinamento e busca de matar os outros clones) e começar a enxergar as sestras e ela própria como seres humanos ao invés de aberrações.

E é impossível não concordar quando você diz sobre o quanto a Helena ignora a "ingratidão" das outras, porque essa forma altruísta que ela continua a se arriscar pelas sestras, simplesmente porque as ama e que protegê-las é um ótimo exemplo disso. Acho que apesar dos pesares, ela é a mais inocente, de certa forma; vejo isso nas interações dela com crianças e na própria forma como ela própria age de forma infantil em situações mais casuais, talvez justamente por ter sido privada de uma infância normal.

Enfim, obviamente, há toda uma complexidade maior na história. Recordo, na segunda temporada, uma cena que resume bem isso, que é quando a Sarah e a Helena estão em uma barraca e deitam, uma oposta à outra, formando uma espécie de yin-yang (e fazendo referência às gêmeas durante a gestação, o que também é pertinente quando analisamos que Helena tem aquela condição dos órgãos invertidos, como um espelho, um reflexo oposto à irmã). Se pensarmos bem, é uma boa definição para elas. Sarah é uma personagem com muitas características atípicas a uma heroína, da mesma forma que Helena é uma vilã com tanta pureza e humanidade, diferenciando-a do que se esperaria, também.

No fundo, Sarah e Helena são o complemento uma da outra e, por isso, seria interessante trabalhar para que elas se juntassem e se tornassem mais fortes assim. O problema que vejo, é que parece que cada avanço que elas dão em tentar estabilizar o relacionamento, depois é desfeito. Eu, pelo menos, achava que elas iriam continuar a se aproximar, depois de todos os eventos da temporada anterior... Claro, entendo que a Sarah também tem seus problemas (que não são poucos, inclusive), talvez por isso dê uma ignorada nas ligações da sestra. Mas eu ainda queria ver ela se abrindo mais, dando uma chance real de aproximação.

Porém, como você disse, é uma série de fatores que influenciam. Basta esperar e ver o que a temporada nos reserva, né?

Eu concordo com todo o debate aqui em relação a Sarah, mas sobre a Alison vou acrescentar algo: quando a Helena passou a morar com eles, ela foi bem recebida pela Alison. Quem a rejeitou num primeiro momento foi o Donnie, foi preciso até do Felix pra convencê-lo a deixar a Helena em casa (estou fazendo maratona e revendo todos os episódios).

Com o passar do tempo tudo se inverteu e agora ele é quase o BFF dela enquanto Alison passou a rejeitá-la... sim, por causa da gravidez. Tudo bem que elas nunca foram realmente próximas, mas agora a Helena (louca, dissimulada, assassina, na visão da Ali) pode ter a única coisa que ela - mãe exemplar e tal - não tem. Enxergo os motivos da rejeição mas também não concordo, é insensível e vai passar a ser ridículo se durar mais tempo.

Já a Sarah... na temporada passada ela fez um inferno até chegar lá na base dos Castor, tudo pela Helena, ela queria salvar a irmã a todo custo, a gente sabe. Porém acredito que ela só se importou daquela maneira porque viu que tinha falhado com a Helena; o famoso "perder pra dar valor". E mesmo depois de tudo aquilo ela não demonstra o mínimo interesse em aprofundar a relação delas (o que eu vejo como uma falha de roteiro e os roteiristas precisam ajeitar isso). Helena está ali, um membro da família, mas não tem parte ativa no clone club. Pelo modo infantil que ela age as outras a consideram incapaz de lidar com os assuntos sérios e a deixam de fora. E tudo se torna pior porque é exatamente como vocês disseram, ela hipervaloriza a Sarah e as outras, mas realmente parece ignorar a ingratidão porque ela finalmente encontrou uma família. :/

Por favor, corrija-me se eu estiver errada (acompanho semanalmente, praticamente desde o pilot, e estou precisando maratonar urgentemente para refrescar a memória!), mas acho que embora Ali tenha recebido a Helena, não me recordo de algum momento em que ela tentou particularmente estreitar as relações com a sestra — seja sentar e conversar, seja se mostrar aberta a aceitá-la...

Acho que, inicialmente, o Donnie tinha medo porque a via superficialmente (o clone psicótico e assassino), mas depois percebeu que ela só queria proteger e ajudar, que queria uma família e que mesmo sendo capaz de ser uma máquina mortífera, também era inofensiva, sabe? Daí a relação deles foi melhorando, chegando hoje em dia a ser talvez o mais próximo de uma amizade que a Helena tem. E embora eu fique feliz que ALGUÉM tenha conseguido enxergá-la além da superfície, acho que é relativamente falho que nenhuma das sestras tenha se esforçado mais por uma amizade, ou no mínimo tentado entendê-la melhor.

Na época da segunda temporada eu entendo que ainda tinham toda aquela dúvida sobre quem ela era. É claro que tinham, também não vou ignorar a imagem que ela passou às outras na primeira temporada! Mas de lá para cá, ela só fez evoluir e se provar leal às sestras. Sim, admito que sou suspeita para falar, porque desde que vi as cicatrizes dela pela primeira vez, suspeitei que devia haver algo mais profundo na personagem (e inclusive quase abandonei a série por causa da season 1 finale, quando Helena "morreu", haha). Mas, como eu disse originalmente, já estamos na 4ª temporada (mesmo que cronologicamente, na história, o tempo seja bem menor)! Está na hora de trabalharem essa ligação entre a Helena e as outras a LONGO PRAZO, não apenas esse um-passo-para-frente-dois-para-trás que estamos dançando há algum tempo. Ela merece ter algo de bom em sua vida, ter uma família que a ame, né?

Uau, olha que bacana, é muito bom encontrar pessoas que tenham opiniões livres e que gostam de compartilhar pontos de vista, um debate saudável é sempre bom e vejo aqui que temos pessoas muito legais pra isso. Quem me dera encontrar mais tópicos assim em outras séries, seria muito primoroso!

Anna, você recordou um ponto importantíssimo que eu até mesmo tinha esquecido, a "chave" necessária do porquê a relação entre a Sarah e a Helena deve ser dissecada para que essa superficialidade não profunda entre elas deixe de existir, pois antes de mais nunca, é necessária. O Yin-yang, como frisado por você, é o simbolismo mais completo e simples que pode explicar essa dualidade entre ambas, e como de um modo elas podem ser tão complementares tanto para uma como para à outra, embora haja tantas disparidades que as definem como opostas.

O Yin trás a absorção, o neblino, a escuridão, e isso é tipico da Sarah, até mesmo como vemos no título da série, a forma como ela se veste ou até a maquiagem mais escura que usa. Já o Yang é o luminoso, o quente, a atividade, o movimento, e isso claramente faz referência à Helena, como presenciamos, na cor da sua pele que é mais solar, na cor dos cabelos, até na forma mais serena como ela dialoga. E é ai que vemos o quão Sarah e Helena são tão próximas simbolicamente falando quanto nunca poderíamos imaginar, é o Deus Ex Machina que explica o universo paralelo de relação entre elas mas de uma forma que vejo essa denominação como forma positiva, que explana mais uma vez que elas, como personagens, sozinhas não podem resolver o cataclisma de problemas que as cercam, por isso uma precisa da outra. Atenta-se a isso, ao ponto mais interessante dessa analogia: como o Yin simboliza o repouso, e o Yang, o movimento, só que quando olhamos para Sarah, vemos que ela é o oposto disso, de um estado de repouso e na série vemos ela em constante fluxo e agitação, enquanto que à Helena, agora, é mais inativa, quieta, calma, até na forma como eu disse, dela falar, mas outra parte dela já foi/é energicamente fatal, de fluxo. E não é só isso, a imagem do Yin-yang reforça muito mais essa ideia, de que nem sempre o que é absoluto de si, é totalmente puro. Não precisamos defini-las como preto e branco, mas é só observar nas características que uma possui na outra.

Entre outras palavras, é claro como essa dualidade que as definem as complementam ao mesmo tempo, como são tão distantes mas são tão próximas quanto elas nunca deixaram de ser, como Sarah e Helena numa junção de polos de cargas distintas se atraem harmonicamente. Agora vejo que é preciso que eles foquem mesmo numa relação mais sólida entre elas, é primordial, é preciso (inclusive tanto quanto nas outras também).

É verdade, aqui é um ótimo local para trocar opiniões. Adoro encontrar gente aberta ao debate, porque acho que ajuda a ampliar a nossa visão, visto que sempre alguém com algo novo ou diferente a acrescentar.

Paulo, mais uma vez o seu texto foi maravilhoso e traduziu (mais do que) perfeitamente a analogia. Embora todos os clones venham a se beneficiar de uma aproximação, em diferentes níveis, Sarah e Helena são essenciais. Como você colocou, nenhuma das duas reflete apenas um lado, elas exemplificam perfeitamente esta ideia de opostos que se juntam em um equilíbrio, que precisam das características um do outro... Da mesma forma como yin tem um pouco do yang e vice-versa.

Analisando por partes como fizemos, acho que esse debate inteiro fundamentou infinitamente melhor o que passei inicialmente como mera indignação. É muito mais do que isso, como cada um foi apontando ao decorrer, é uma questão que está cravada na série desde o princípio e que não deve ser ignorada de forma alguma!

Helena até poderia ter ficado como uma mera vilã ou uma personagem que não foi explorada totalmente, se sua jornada realmente tivesse acabado na finale da s1. Mas a partir do momento em que ela continua e evolui, é necessário que haja uma reação condizente de todo o resto, porque a mudança da personagem influenciou nos rumos que foram tomados desde então. Logo, é vital que a dinâmica entre os personagens também vá se transformando e se ajustando de acordo, pois não dá para deixar que eles respondam a ela como antes (assassina/psicótica/etc), quando ela própria revelou mais camadas.

Agradeço a você e a todos os outros que me ajudaram a desenrolar a questão até o núcleo, tornando o assunto bem mais abrangente. Podem continuar a acrescentar observações, é claro, terei muito prazer em ler e considerar novos pontos.