Escrito por: Bruno Domingues
Já ficou batido comentar o quanto a Apple TV+ consegue fazer séries diferentes, pensar em aumentar seu catálogo de uma forma orgânica e sem cair no automático. Não foi diferente com Slow Horses, uma série sobre espiões que soube dosar humor e momentos de tensão na medida certa.
A série conta a história dos Slow Horses, ou como a legenda bem traduziu “Os Pangarés”, uma divisão do MI5 somente com funcionários que foram afastados da agência governamental por inúmeros motivos.
A série é produzida, criada e dirigida por Will Smith (não confundam com o famoso ator), ele era um dos produtores de VEEP e isso fica claro ao passar da série.
Claro que o drama e as cenas de ação estão ali como um bom drama inglês, mas o humor para mim é o grande destaque de tudo, impossível não rir com cada besteira e erros cometidos pelos agentes, mesmo com o caos acontecendo eles conseguem de uma forma orgânica fazer você rir.
A primeira temporada segue esses agentes disfuncionais comandados pelo agente ex-renomado Jackson Lamb (Garry Oldman mais uma vez transformado) se metendo em um grande plano envolvendo tanto o MI5 quanto o sequestro de um garoto mulçumano.
Sem dar muitos spoilers, eu amei essa primeira temporada (que já está renovada para segunda), ela conseguiu em 6 episódios de 45 minutos ser direta ao ponto e colocar twists, humor e cenas complexas de uma forma bastante competente.
Diferente de outras séries lançadas em 2022, Slow Horses não inventou a roda, ela fez o básico se tornar diferente e isso, a meu ver, faz toda diferença, digo isso pois às vezes elaboram demais e, ao tentar sair da caixa, algumas séries acabam se perdendo no meio do caminho.
Confesso que veria mais episódios e aceitaria até spin-off de alguns personagens, eles são o ponto alto do show, você cria empatia e ligação facilmente, se importando ao ponto de ficar triste quando acontece algo com eles.
A temporada termina com o caso principal concluído, mas dois twists super interessantes para a segunda. A Apple acertou mais uma vez sem prometer nada e eu, como bom fã de história de espiões, gostei bastante.
PS: A abertura da série tem uma música inédita do astro do rock Mick Jagger, e ela cria todo um clima londrino já nos primeiros segundos.
Nota: 9.33