Escrito por Tom Carvalho
Em meados de 2013 o filme Anchorman 2 unia Paul Rudd e Will Ferrell, ambos ex-membros do elenco do Saturday Night Live, programa que arranca risadas do público e da crítica dos EUA há mais de 40 temporadas. A produção agradou e até hoje é lembrada e aclamada pelos fãs. Ambos atores iniciaram um novo projeto juntos e após apresentado para serviços de streaming e canais de TV, gerou uma competição entre os principais nomes da indústria do entretenimento. The Shrink Next Door recebeu “lances” de várias empresas mas no final das contas quem fechou o negócio foi o Apple TV+ e a estreia dessa reunião de atores veteranos aconteceu na última sexta-feira, 12 de novembro.
Acho que cabe falar um pouco sobre o título da série até para um melhor contexto do que é abordado. O termo “shrink” (um verbo do inglês que significa diminuir/tornar menor) também é utilizado para descrever psicoterapeutas e psicólogos e suas práticas. A expressão referencia práticas tribais do passado onde a cabeça de inimigos era literalmente diminuída em batalhas. Usar shrink para descrever um profissional de saúde mental pode ser considerado ofensivo e de certa forma demonstra um certo desdém e desconfiança. A expressão ganhou popularidade nos anos 60 e em The Shrink Next Door, conhecemos Marty e acompanhamos sua busca por saúde mental em 1982. Os eventos apresentados na série realmente aconteceram. A série é baseada numa história real que foi apresentada no podcast de mesmo nome e que destaca anos de relacionamento entre o Dr. Isaac “Ike” Herschkopf e seu paciente de longa data, Marty Markowitz.
Paul Rudd assume o papel de psicoterapeuta na produção. Isaac se mostra um profissional bem fora do padrão e uma figura expressiva na comunidade judaica do Hamptons, em Nova Iorque. O tom das conversas entre ele e seu paciente me lembram mais um life coach ou algo desse tipo. Marty sofre de ataques de pânico e precisa de um meio de escape do caos em que sua vida se tornou.O que vemos no episódio piloto é um retrato da vida de Marty e de como o encontro com Dr. Isaac acontece. Ao invés de comédia, vemos muito mais drama nesse início e ao invés de piadas, vemos uma sequência de cenas onde Will Ferrell entrega as maiores dificuldades e ansiedades do personagem principal.
Mais uma vez, o Apple TV+ traz personagens com alguma espécie de transtorno mental, ansiedade e depressão para as telas seguindo algumas de suas próprias séries originais como Ted Lasso e Mr. Corman. Por se tratar de uma história real, eu acredito que deve ter um desfecho no mínimo satisfatório. Os episódios tem cerca de meia-hora e serão 8 no total, dos quais 3 já foram liberados na estreia.
O que a série entregou: vibes anos 80, uma ambientação que representa muito bem o drama apresentado (como as cores e a fotografia) e suspense. Flashforwards entregam ao espectador uma dose de suspense.
O que não veio aí: comédia e aquele momento que “prende” quem assiste. Acho que esse primeiro episódio foi bem “seguro” e meio que aposta no espectador dando o play para o episódio seguinte logo depois do fim do piloto.
Nota: 8.0
Faz tempo que eu não tenho ranço de um personagem como tô tendo do Dr. Ike e o Marty vai sofrer muita na mão dele.
|
1 0 0 |
Eu curti a série e assisti o tempo todo com um sentimento muito grande de que vai dar merda. Acho que o desenvolvimento da série vai trazer uma carga dramática pesada e forte. To ansioso pra ver o resto.
|
1 0 0 |