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Eu achei de uma má vontade sem tamanho a narrativa não se passar no Norte. Porra, a região sequer foi citada! Ainda tiveram a cara dura de reunir tantas entidades folclóricas, conhecidamente originárias de outros lugares do país, no Rio de Janeiro. O Boto correndo para se jogar no mar, pra mim, foi o auge.
Se o roteiro quisesse, poderia tranquilamente justificar ficcionalmente esse êxodo de tantas entidades pra capital. Seria, por sinal, uma excelente sacada contemporânea. Mas tudo é escolha discursiva, até o homem branco salvador ou a mísera inclusão de uma figurante indígena. E ver tanta gente disposta a passar pano para essas escolhas discursivas não é de espantar. Na verdade, é sintomático.
Exportam com tanta frequência que só existe Rio de Janeiro aqui no Brasil, que de turnês internacionais a ataques extraterrestes só acontecem por lá. A Veja São Paulo teve o descaramento de dizer que São Paulo era a capital do Nordeste! Por essas e outras que eu comentei lá no piloto que o Sudeste não se enxerga.
No mais, se é pra usar a carta de "multiculturalismo" e "capital do Brasil durante séculos" (sic), eu poderia seguramente levantar bandeira para Salvador, mas sei que seria igualmente um disparate.
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