Escrito por: Marina Assis
No drama sobrenatural “The Girl in the Woods”, monstros existem e são mantidos presos atrás de uma porta misteriosa em uma suposta colônia de culto. O trabalho de Carrie é proteger esta porta, porém, logo no início do episódio, a adolescente é obrigada a abandonar sua função e fugir da comunidade onde vive, deixando para trás tudo o que lhe é conhecido. Ao chegar à pequena cidade de West Pine, Oregon, a jovem se depara com um estranho caso de desaparecimento e é tirada de sua rota de fuga.
A série é estrelada por talentos não tão desconhecidos dos nossos olhos, mas que ainda estão por ser descobertos pela mídia mainstream: Stefanie Scott (“Insidious: Chapter 3”), Sofia Bryant (“I Am Not Okay With This”) e Misha Osherovich (“NOS4A2”, “Freaky”). Dirigida e co-produzida por Jacob Chase e Krysten Ritter (sim, ela mesma!), a obra é praticamente seu debut em direção. Eu digo praticamente porque Ritter tem créditos como diretora apenas uma outra vez, no segundo episódio da terceira temporada de Jessica Jones. Até aqui tem tudo para dar certo, né?
Então chegamos ao cenário da obra em si. Eu não vou enganar vocês, fiquei surpresa com o potencial desperdiçado, mas entendam que para uma série sair do papel, nem sempre se tem o orçamento necessário para tal, e em “The Girl in the Woods” isso ficou bem nítido. A possível falta de orçamento foi entregue pela abertura da série que, eu juro, tem o CGI pior que o das séries da CW — mas isso não necessariamente é um problema. Pelo menos no piloto, não houve nenhuma falha gravíssima nesse quesito.
Tendo a questão do orçamento em mente, o que me incomodou de verdade foi a minutagem da série. O piloto teve apenas 28 minutos para mostrar a que veio e, em minha humilde opinião, isso não foi suficiente. A última cena é interrompida drasticamente e, como um episódio introdutório, ele falha nos diálogos e arranha a superfície de seus personagens apenas o suficiente para deixá-los com a aparência de adolescentes rasos e até mesmo fúteis — o que não é totalmente verdade, já que vemos a personagem de Sofia Bryant se mostrar empática durante parte do episódio.
Os personagens são de fato rasos ou é só impressão minha? Provavelmente não, mas eu mesma não vou saber, já que o conteúdo apresentado não me gerou absolutamente nenhuma vontade de continuar assistindo. O roteiro não é de todo ruim, mas a possibilidade de mais um drama adolescente clichê também me fez repensar se eu deveria investir meu tempo assistindo ao resto da temporada. Deixando claro que isso é questão de gosto do espectador, ok? Tá tudo bem se você gostar.
Se você chegou até aqui, caro leitor, vá com “os pés no chão” assistir ao piloto desta série. Se o baixo orçamento não te incomoda e seus gêneros cinematográficos estiverem alinhados com os da produção, a experiência é válida, com um porém: recomendo que veja a temporada inteira, até pela mesma ser bem curta (são 8 episódios de 30 minutos) e existir a possibilidade de cenas interrompidas como aconteceu neste piloto.
Nota: 6.0