Escrito por: Tom Carvalho
I Know What You Did Last Summer antes de se tornar uma série foi um filme do gênero slasher que causou muito buzz em 1997 tendo no elenco (ainda jovens e iniciando suas carreiras) Jennifer Love Hewitt, Freddie Prinze Jr., Ryan Philippe e Sarah Michelle Gellar. Com um novo filme da franquia "Pânico" prestes a estrear, o Prime Video resolveu entrar na onda da nostalgia de horror e lançar uma espécie de remake desse "clássico" das telonas que no Brasil ganhou a mais literal das traduções com o título de “Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado”.
Mas eu acredito que aí esteja o primeiro “crime” cometido pelo streaming: o piloto não trouxe nada verdadeiramente diferente ou inovador quando comparamos com o filme da década de 90. São os mesmos jovens envolvidos num caso de assasinato vivendo com uma ameaça iminente de serem atacados por alguém que sabe o que aconteceu no verão anterior.
Não posso negar que eu amei algumas coisas. A protagonista Allison (ou Lennon?) é surpreendida com a mensagem que dá nome à série escrita no espelho numa cena que dita o tom que a série vai abordar durante a temporada. Com certeza foi aquele momento em que quem esperava nostalgia, recebeu. Na minha opinião, a ideia das irmãs gêmeas e de um plot específico sobre o relacionamento que elas têm foi um boa sacada pois influencia o andamento da série e, caso eles queiram surpreender, até mesmo o desfecho.
Após as cenas de mais tensão e mistério, o episódio partiu pros clichês que já conhecemos e amamos. Os amigos das protagonistas numa festa de formatura regada a muito álcool e drogas, os pais de alguns personagens mostrando um certo envolvimento com a trama e os dramas adolescentes que são temas recorrentes de uma gama de séries de TV, sendo elas do gênero teen ou não.
Algumas cenas esbanjam um uso exacerbado de gírias e termos comuns entre adolescentes, o que me incomodou um pouco. Se prepare para dancinhas do Tik Tok e alusões a redes sociais o tempo todo. Ao mesmo tempo, isso mostra o que a produção deve considerar como público “alvo” e o que eles devem adicionar ao plot, considerando que na estória original os segredos circulavam no máximo por meio do telefone e aqui, um story pode incriminar os envolvidos.
A série se leva muito a sério e por conta disso deverá ser um grande sucesso ou uma daquelas séries estilo Netflix, que passam batido. O tempo vai dizer. E a audiência também. Mas acredito que seja um deleite para fãs de séries do gênero, por isso fica aqui minha indicação para quem realmente tem interesse em ver.
O que a série entregou: tensão meio que o tempo todo, altas tretas que devem render e, como já citado, uma grande quantidade de clichês.Tivemos representatividade LGBTQIA+ e de outras raças, o que ajuda a limpar a barra de não só uma, mas de basicamente duas protagonistas brancas.
O que não veio aí: inovação, uma divulgação mais robusta para a série (talvez eles não estejam exatamente na esperança de um hit) e… sangue. Para quem esperava grandes quantidades de efeitos especiais envolvendo horror, vimos poucos nessa estreia.
Nota: 7.5