Escrito por: Juliana R. Pimentel
Das mentes criativas de Gabe Liedman (Brooklyn Nine-Nine, PEN15) e Mike Schur (The Good Place, The Office), Força-Queer é exatamente o que promete ser: uma comédia irreverente sobre uma Força Tarefa de espiões LGBT.
Força-Queer deixa bem claro, desde o primeiro momento, que Steve Maryweather (dublado por Sean Hayes, de Will & Grace) é o próximo grande nome e o futuro da Agência de Inteligência Americana (AIA). Em seu discurso de graduação, porém, Steve comete o erro de sair do armário para toda a sua turma e e o alto escalão da AIA, devido a isso é imediatamente abatido pelas pelas consequências de sua ingenuidade.
Steve, que passa a ser conhecido dentro da agência como Agente Mary, vê sua promissora carreira ser totalmente dizimada e passa os próximos anos em um posto insignificante em West Hollywood, sem receber missões, sem verba, vendo seus talentos e seu desejo de fazer o bem e ajudar pessoas serem desperdiçados. Desta forma ele decide junto com a Força-Queer, nome dado pelos homofóbicos da AIA à equipe 100% LGBT organizada por Steve, rebelar-se e investigar um possível caso de terrorismo doméstico, e não mais ficar esperando por uma missão da AIA.
O desenho direcionado para adultos acerta no humor diversas vezes durante os 25 minutos de piloto, o que não é uma surpresa sendo fruto de nomes já consagrados do gênero como Mike Schur e Sean Hayes. O envolvimento de pessoas da comunidade LGBT, como o próprio Sean Hayes e o criador e showrunner Gabe Liedman, além de Wanda Sykes e Matt Rogers, que dublam Deb e Twink, oferece autenticidade e sensibilidade à narrativa, afinal, a história da ascensão de um gay padrão levemente afeminado ao topo de uma agência de espionagem estadunidense não poderia ser uma história sem desafios e oposição. A presença predominante dessas pessoas no elenco, produção e sala de escritores é certamente essencial e sentida não apenas nas adversidades encontradas pelos personagens como também nos momentos de humor, com referências e piadas intrinsicamente gays mesmo que, em raras vezes, ultrapassadas ou cringe - quem é que fala “bafo” em 2021?! Eu sei: as cacuras da Força-Queer!
A Força, que também conta com Deb, a lésbica mecânica e criadora de gadgets, Stat, uma gótica hacker ex-criminosa, e Twink, a drag queen especialista em disfarces da equipe que fala Cazaque (uma possível referência à Katya Zamolodchikova) oferece relações e interações humanas e agradáveis de um grupo de pessoas unidos não apenas por seus ideais e semelhanças mas também por suas diferenças e particularidades, até porque nenhum deles entende as referências de Deb. E, sim, diversas vezes vemos piadas ou características estereotípicas, mas nada que faça caricaturas das pessoas que a série visa representar, muito pelo contrário. É preciso vermos gays padrão levantando peso, afeminados fãs de diva pop que precisam descer o “Grindo” por 3 minutos antes de finalmente encontrar quem estavam procurando, lésbicas em relacionamentos longos e duradouros que são a rocha de seu grupo social. É preciso rir com piadas extremamente nicho sobre Frankie Grande, o irmão GAY de Ariana Grande, ver personagens falarem “bicha” 5 vezes numa mesma frase e, claro, se apaixonarem!
A animação, cuja classificação indicativa é 16 anos, também possui a característica irreverência de séries como Archer, com sátira, humor ácido e linguaguem obscena. Esse tipo de humor, entretanto, é encontrado aqui de forma bem menos recorrente e intensa, e geralmente por parte de V e do Diretor Dirk Chunley, responsáveis pela maior parte de minhas gargalhadas.
Força-Queer definitivamente vale a pena, oferecendo 25 minutos de humor, referências LGBT, personagens multifacetados e relacionamentos promissores que certamente farão da temporada uma ótima jornada da qual eu certamente estarei participando.
Os 10 episódios já estão disponíveis na Netflix.
Nota: 8.5
vou jogar na grade agoooora
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depois dessa canetada não tenho como não adicionar esse futuro hit na minha grade
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um hit, bds
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